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A jornada de Caroline Tamai pelo câncer de mama
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ARM SUL-AMERICANA

A jornada de Caroline Tamai pelo câncer de mama

“Ser forte era minha única opção”

Quando eu soube que tinha câncer

A primeira fase de minha jornada pelo câncer de mama começou em dezembro de 2012. Eu senti toda a energia ser sugada de mim quando ouvi as palavras: “Você tem câncer”. Nunca vou esquecer a imagem de minha filha de três anos olhando para mim enquanto as lágrimas corriam pelo meu rosto. Mas isso me deu a força de que eu precisava para lutar.

Como a maioria das mães em minha situação, uma avalanche de perguntas veio à minha cabeça.

Eu vou viver para ver minha filha crescer?

Vou poder estar presente em sua formatura, seu casamento?

Quem vai lhe dar os conselhos maternais de que toda filha precisa?

Depois de conversas com médicos e família, um curso de ação foi escolhido: decidi fazer uma mastectomia bilateral.

Promessas de Deus

Na manhã de minha cirurgia, li um versículo que dizia: “Não tenhais medo. Permanecei firmes e vereis a salvação que o Senhor vos trará hoje” (Êxodo 14,13). Naquele momento, eu soube que aquela era a resposta para minhas orações. Com paz no coração, eu estava certa da vitória.

Depois da cirurgia, minha médica me garantiu que todo o câncer havia sido removido e que nenhum tratamento adicional era necessário. Fiquei feliz e agradecida. Daquele momento em diante, não pensei na possibilidade de ter câncer outra vez. Pela perspectiva médica, eu só precisava fazer os exames de acompanhamento com minha médica a cada seis meses.

E, então, aconteceu de novo

Durante uma visita de rotina em setembro de 2014, a médica disse que seria um bom momento para fazer uma ressonância magnética. Não vi nada de mais na solicitação; afinal, era apenas mais um exame de rotina.

 Eu não sou o tipo de pessoa que adia as coisas, mas, por alguma razão, resolvi adiar meu exame. A cadeia de eventos que se seguiu acabou me levando a demorar seis meses para fazer a ressonância.

Quando, finalmente, recebi os resultados, notei que havia algo errado. O laudo destacava uma área de atenção que requeria uma avaliação mais aprofundada. A história parecia estar se repetindo. Lá estava eu outra vez, com minha filha olhando para mim e toda a dor que eu havia sentido dois anos antes. Conversei com minha médica na manhã seguinte para definir um plano de ação.

As duas semanas seguintes envolveram uma mamografia, dois ultrassons, duas biópsias, duas ressonâncias magnéticas, uma tomografia e cirurgia.

Fisicamente e emocionalmente, essa vez foi muito mais difícil para mim. Os resultados de minha biópsia não foram bons e o câncer era muito agressivo. Além disso, ninguém sabia exatamente a sua extensão. Naquele momento, eu entendi por que outros perderam a luta pouco depois de receberem essa triste notícia.

“Deus, permita que eu crie minha filha”, rezei. “E faça com que minha experiência seja usada para glorificar a Ti.” No dia seguinte, eu chorei nos braços de meu pai, sem nenhuma energia de sobra, pedindo novamente a Deus uma chance de viver. De repente, o telefone começou a tocar. Quando atendi, minha médica disse que os resultados de meus exames eram muito positivos. Meu câncer, embora agressivo, ainda não havia se espalhado. Era inacreditável. Fiz a cirurgia e, pela segunda vez, todos os pedacinhos de tecido canceroso foram removidos.

Deus me salvou duas vezes

Depois da cirurgia, minha médica me perguntou por que eu havia demorado para fazer a ressonância magnética. Minha resposta foi que eu não sabia. Ela respondeu, “Se você a tivesse feito quando eu pedi, provavelmente não teríamos conseguido detectar a recorrência do câncer. E até esperar o momento de repetir a ressonância, já seria tarde demais”. Olhei para ela e disse, “Foi o meu Deus, cuidando de mim”.

Minha segunda vez como sobrevivente de câncer de mama foi mais difícil que a primeira. Terminei há pouco a quimioterapia e a radioterapia, mas, quando olho para minha experiência, vejo que aprendi que nunca sabemos o quanto somos fortes até que ser forte seja nossa única opção. Então nós percebemos que a força não vem de nós; ela vem de nosso Deus poderoso.

Caroline Tamai é vice-presidente em Tecnologia da Informação da Adventist Risk Management.

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