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ARM SUL-AMERICANA

O uso do cinto de segurança salva vidas

– Colocou o cinto?

Essa é a pergunta que a mãe Raíssa faz todos os dias antes de sair de carro com seu filho. Ela e muitos outros motoristas que sofreram acidentes, sabem bem o que a falta do uso do cinto de segurança poderia fazer em suas vidas.

Responsável por reduzir em 45% o risco de morte de quem está no banco da frente, e em 75% de quem está no banco de trás, o cinto de segurança de três pontas foi inventado há mais de 60 anos e segue como uma das inovações mais importantes na área de segurança veicular.

Foi o projetista de sistemas de ejeção de pilotos, Nil Bohlin, quem inventou o cinto de três pontos motivado pela morte de seu colega James Dean em 1955, ao volante de um Porsche Spyder. Na época, esse foi um sistema de segurança tão importante que a Volvo disponibilizou a invenção gratuitamente a outros fabricantes de veículos.

Mas o cinto, por si só, não tem serventia se não for utilizado. 

Confira na entrevista a seguir o Bombeiro Robson Nunes Lins, 3º Sargento Bombeiro Militar, CBMDF, 37 anos, falando sobre a importância do uso do cinto de segurança: 

  • Dos acidentes de carro que você já atendeu/soube com vítimas fatais, você acha que o resultado teria sido diferente se o uso do cinto de segurança tivesse sido respeitado?

Em acidentes de trânsito, a maioria esmagadora dos óbitos poderia ser evitada se as vítimas estivessem usando o cinto de segurança. Não tem muito o que discutir, a falta do uso do cinto de segurança mata mesmo! Uma pessoa que não está utilizando o cinto tem muito mais chance de sofrer um acidente fatal.

  • Algumas pessoas acreditam que usar o cinto pode prendê-las ao veículo, o que dificultaria o salvamento no momento de um acidente. Essa crença procede?

Isso não existe! O Corpo de Bombeiros em qualquer Estado tem equipamento para cortar o cinto, e, além do mais, é muito raro o cinto prender e o próprio passageiro não conseguir soltar. 

O cinto é o item o que a gente menos se preocupa na hora de tirar alguém do veículo. Tem outros itens mais preocupantes, como o estado do passageiro, as ferragens que o estão prendendo, a bateria, o risco de incêndio… Essa crença, de que o cinto vai prender o passageiro, é baseada mais em cenas de filme hollywoodiano, quando “o carro cai na água e a pessoa morre pois ficou presa no cinto”, na vida real isso é muito raro.

  • E sobre não utilizar o cinto para pequenas distâncias, exemplo: a ida de casa até a escola, quando a família mora pertinho. Acha que o uso do cinto é dispensável nesse caso?

Em se tratando de acidentes de trânsito, por mais que eu ande 100% certinho na velocidade da via, prestando atenção, respeitando todas as leis de trânsito, eu ainda tenho que contar com o erro do outro.

Então, por mais que eu vá dirigir em uma distância pequena, eu não sei o que eu vou encontrar nesse momento. Talvez me depare com alguém que não está em seu melhor dia… é melhor eu me prevenir.

Pode ser que o motorista pense que a probabilidade de não levar uma multa seja menor em distâncias pequenas, e por isso não utilize o cinto. Mas o uso do cinto de segurança não serve apenas para respeitar a Lei, serve para proteger a vida. É isso o que a gente tem que pensar: primeiro vou proteger a minha vida, e consequentemente, respeitar as Leis de Trânsito.

No trânsito, quanto mais a gente contar com o erro do outro e se proteger, melhor.

  • Tem algum relato que você gostaria de contar, de um caso positivo de uso do cinto de segurança?

Eu estava à paisana quando presenciei um capotamento. Ocorreu em uma ladeira bem íngreme. Na hora que eu vi o carro, parecia que estava um pouco acima da velocidade da via. Não sei como, a motorista, que era uma moça, perdeu o controle do carro. Ela subiu no meio fio e o carro capotou umas duas vezes, dando pancadas bem fortes no chão. O carro se direcionou a um córrego ali perto, bem fundo. 

Quando vi isso acontecer, pensei: será muito difícil sair alguém vivo desse acidente. Mas quando cheguei lá para prestar os primeiros socorros, a moça estava terminando de subir a ladeira, segurando no mato alto que tinha ali, totalmente ilesa.

Eu me apresentei como bombeiro e fiz um exame rápido nela e não encontrei nenhum arranhão!

Eu perguntei: – Você estava de cinto?

E ela disse: – Sim, estava!

Ela estava apenas nervosa. 

Chamamos a ambulância para os demais procedimentos.

Mas foi muito claro o quanto o cinto a ajudou a sair dessa situação ilesa.

A matemática nos ajuda a colocar em outra perspectiva a importância do cinto de segurança: a força do impacto de uma colisão a 100 km/h corresponde a 30 vezes o peso da vítima. Uma pessoa com 70 quilos sofrerá um impacto de 2.100 kg. Uma criança de 30 quilos receberá um impacto de quase uma tonelada.

Sem o cinto, não há quem consiga segurar a multiplicação do próprio peso. É o cinto que faz esse trabalho. 

É por isso que a conscientização é o melhor caminho: utilize o cinto de segurança.

Fontes:

http://www.abramet.com.br/

http://www.blog.saude.gov.br

https://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2015/04/corpo-de-pessoa-pode-ficar-30-vezes-mais-pesado-apos-colisao-100-kmh.html

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