Brasília, 11/27/2017 – Um grupo que trabalha na área de prevenção de riscos na Igreja Adventista para a América do Sul, e seus familiares dedicaram suas férias para uma missão que teve início nas alturas. Foram mais de 28 horas voando de Brasília, Brasil, até o destino final, Ulaanbaatar, Mongólia. 15.765 km de distância separam as duas nações, além de uma infinidade de diferenças culturais e costumes. Entretanto, algo mais forte os uniu: o amor.
No dia 9 de julho, todos os 33 voluntários estavam com suas ferramentas de trabalho. Luvas, máscaras, enxadas e pás eram os instrumentos desse desafio. O objetivo era construir uma Igreja Adventista no bairro de Nisekh. O grupo esteve empenhado em limpar a área, organizar os tijolos e preparar a base, colocando literalmente “a mão na massa”. Segundo a salvadorenha Lidia Calderón, fazer parte da construção de uma igreja na Ásia foi emocionante. “Este seria um trabalho que Jesus faria aqui na Terra. Estou muito emocionada, porque um tijolo faz a diferença e vai ajudar muito nossos irmãos na Mongólia.”
Pensando nos futuros membros dessa nova igreja, o grupo organizou atividades sociais para atrair a comunidade, como: escola de futebol, brincadeiras com as crianças, oficina de artesanato, massagem, fisioterapia, avaliação de saúde e, até mesmo, salão de beleza. As mulheres saíam de lá com os cabelos cacheados.
Meninos e meninas de todas as idades compareceram às atividades. Encheram as quadras, correram de um lado para o outro, pularam e brincaram. Deus era louvado pelo sorriso das crianças. O desafio do idioma, que era a preocupação de alguns, desapareceu à medida que, por meio de sorrisos, abraços, gestos e muito carinho, tudo era possível de se dizer. Um simples “Olá! Bom dia!”, em mongol, falado por um ocidental, trazia alegria àquelas pessoas, construía um elo e os motivavam a estar na última parte do projeto: o culto evangelístico.
Em um prédio alugado, os encontros começavam com o hino nacional da Mongólia. Todos com a mão no peito cantavam em uma só voz. Contudo, a voz que prevalecia era a das crianças que estavam em maioria. Um dos pontos altos da programação foi a encenação de histórias bíblicas apresentadas pelos missionários. Para Dioni Cruz, que cuidou dos pequenos, foi gratificante trabalhar com pessoas de países distantes, pessoas que talvez nunca ouviram falar da Bíblia. “A experiência foi marcante, foi bonito e Deus nos ajudou. Eu espero que eles tenham agora mais vontade de procurar outras histórias na Bíblia pra conhecer mais de Jesus.”
Foram nove dias de dedicação. A comida foi uma novidade. Dormir numa ger (tenda tradicional da Mongólia) foi uma experiência incrível. Conhecer a cultura nômade e sua hospitalidade foi empolgante. Alguns aprenderam mais do que ensinaram; outros fizeram amizades que serão eternas. A semente foi plantada, e o pastor Yure Gramacho, que é missionário na Mongólia, dará continuidade ao plantio. “Vocês dedicaram não apenas seus recursos, mas dedicaram seu tempo, seus talentos, e deixaram aqui também suor, sangue e lágrimas. Não tenho dúvida alguma de que o esforço de vocês, assim como o sacrifício de Cristo no passado, não foi e não será em vão. Porque tudo o que foi feito aqui certamente produzirá frutos para a vida eterna.”
A Mongólia faz parte da Janela 10/40, que é a região com menor presença cristã do globo terrestre. Essa igreja que está sendo construída em Nisekh é o resultado de muita oração, esforço e amor. Será um lugar para conhecer a Deus, além de um local que atenderá à comunidade, com uma clínica de fisioterapia e um curso de corte e costura. Também será um refúgio para crianças e adultos que, muitas vezes, vivem sem nenhuma esperança.
Thayanne Braga