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ARM SUL-AMERICANA

Como as escolas podem se preparar para evitar incidentes com agressores ativos

Como a Gestora de Riscos da Igreja Adventista, a ARM Sul-Americana, procurando antecipar-se a uma situação adversa que já acontecia com certa frequência no exterior e em casos isolados no país, passou a ser a primeira instituição no Brasil a ofertar um curso de prevenção a ataques em escolas. Trata-se do Curso ALERTA – Medidas e Contramedidas contra o Agressor Ativo, ofertado desde o ano 2022. Esse curso já foi realizado na modalidade presencial para 70 Unidades Educacionais Adventistas no Brasil, e na modalidade virtual, para 209 unidades. Até o final de 2023, será ofertado a todas as Unidades da Rede Adventista.

O Curso ALERTA é focado em prover informações para que os funcionários saibam como agir tanto para prevenir como durante uma situação com agressor ativo.

Existem também as ações e atitudes que as escolas e famílias devem colocar em prática para prevenir que esses ataques aconteçam. É importante lembrar que a prevenção a ataques a escolas está nas mãos de toda a comunidade escolar.

Separamos abaixo algumas indicações de atitudes que a comunidade escolar deve colocar em prática para prevenir massacres em ambiente educacional:

Crie um clima escolar saudável

As unidades escolares têm a responsabilidade de proporcionar um ambiente seguro e acolhedor para os alunos, onde eles se sintam respeitados, encorajados e felizes.

Ao criar um ambiente de colaboração e compromisso com o desenvolvimento mútuo, as relações saudáveis são criadas, e os vínculos afetivos e de confiança podem auxiliar no processo de prevenir e detectar possíveis casos de bullying, assédio e violência

Para isso, é importante que a escola aborde temas relacionados à prevenção, como equilíbrio emocional, respeito mútuo, tolerância e cooperação. Os professores e funcionários devem ter uma atenção especial com os alunos, conhecendo-os melhor e conectando-os com o suporte psicológico necessário.

Os próprios alunos também devem ser envolvidos na dinâmica da prevenção, aprendendo a reconhecer sinais de alerta, reportar ameaças de violência e se comportar em caso de emergência. Eles podem intervir de forma que os pais e professores talvez não possam, percebendo comportamentos suspeitos em sala de aula ou em postagens em redes sociais e informando a seus pais, professores e autoridades locais sobre esses avisos.

As escolas podem oferecer treinamentos específicos para os alunos, ensinando-os a reconhecer os sinais de alerta, reportar ameaças de violência e desenvolver habilidades de comunicação e inteligência emocional. É importante que os alunos sejam encorajados a se tornarem pacificadores e promoverem o respeito mútuo e a tolerância.

Vale lembrar que investir APENAS em medidas de segurança como câmeras e pessoal equipado nem sempre é suficiente para prevenir ataques. É necessário investir em um ambiente escolar saudável e acolhedor, baseado em relações de respeito e confiança entre alunos, professores e funcionários.

Aprenda a reconhecer ameaças potenciais.

Pesquisas (2) mostram que 80% dos agressores em escolas contaram sobre seus planos a alguém antes de colocá-los em prática. 62% o fizeram para mais de uma pessoa.

Quando vários sinais de alerta se acumulam ao longo do tempo, isso pode significar que o potencial agressor está no caminho para o ato de violência.

Por isso, é muito importante conhecer os sinais e estabelecer protocolos de segurança que envolvam identificar e instruir alunos e funcionários sobre esses comportamentos, de forma periódica e sistemática.

Confira alguns dos sinais, de acordo com a Instituição “Sandy Hook Promisse” (3):

  1. Afastamento repentino de amigos, família e atividades (incluindo online ou via rede social);
  2. Ser alvo de Bullying de longo prazo, especialmente se direcionado a diferenças de raça, religião, gênero ou orientação sexual;
  3. Irritabilidade excessiva, falta de paciência ou ficar com raiva rapidamente;
  4. Preferência pela solidão crônica ou isolamento social;
  5. Expressar pensamentos persistentes de ferir a si mesmo ou a outra pessoa;
  6. Fazer ameaças diretas a um lugar, outra pessoa ou a si mesmo;
  7. Vangloriar-se de ter acesso a armas;
  8. Recrutar cúmplices ou audiências para um ataque;
  9. Expressar diretamente uma ameaça como um plano;
  10. Fazer crueldade com os animais.

ATENÇÃO: Esta não é uma lista completa de todos os sinais de alerta. A exibição de um desses sinais não indica necessariamente violência iminente.

Além de conhecer os sinais, é fundamental estabelecer uma equipe especializada que esteja avaliando ameaças de forma contínua. Essa equipe deve estar devidamente instruída a não ignorar os sinais e a intervir antes que a ameaça se concretize. A segurança na escola é uma questão de extrema importância, e é responsabilidade de todos garantir um ambiente seguro e saudável para a comunidade escolar.

Treine estratégias de ações durante uma emergência

Conduza com os alunos da sua Unidade Educacional exercícios práticos para que eles saibam como agir durante uma situação com agressor ativo.

As estratégias que apresentamos abaixo são, inclusive, as que são ensinadas no Curso ALERTA, e envolvem as seguintes atitudes: “Correr, Bloquear, Defender e Salvar”.

Confira abaixo a descrição de cada uma:

CORRER

Ao ouvir um barulho de tiro ou que pareça um tiro, ou até, gritos de ajuda que pareçam uma situação com agressor ativo, proteja-se: corra para o lado contrário do som e saia do alcance do agressor.

Esse é o momento de escapar, mas tente evitar as saídas principais. Opte por janelas ou outras rotas de fuga. Caso precise quebrar uma janela e pular, o faça de forma segura e que seja uma ação que realmente vá lhe ajudar a se afastar do alcance do agressor.

Deixe de lado os pertences pessoais e salve a sua vida. Se possível, leve o celular consigo, e assim que estiver em segurança, ligue para o número 190 e informe a polícia. Procure oferecer o máximo de informações possível.

Caso a polícia já esteja no local, saia com as mãos à vista e obedeça a todas as orientações.

BLOQUEAR

Caso não seja possível correr e escapar, esconda-se em um lugar seguro e de difícil acesso, onde seja possível bloquear a porta.

Esse é o momento de fazer o possível para que o agressor não consiga entrar na sala. Utilize mesas, carteiras e tudo o que for possível para construir uma barricada e assim, dificultar o acesso. Chamamos essa barreira de “lockdown”.

Dentro da sala, procure ficar escondido, em silêncio, com as luzes apagadas e os celulares no silencioso.

Seja paciente e esconda-se até a polícia chegar, ou até que você tenha 100% de certeza de que a situação foi resolvida.

DEFENDER

Caso não seja possível correr ou esconder-se, o último recurso é defender-se. Mas não confronte o agressor caso esteja sozinho.

Procure organizar-se em grupo para que juntos consigam imobilizar e desarmar o agressor, até que a polícia chegue e continue o processo de contenção.

Lembre-se: todos têm o direito de se defender.

SALVAR

O objetivo do agressor é atingir o maior número de pessoas, por isso, não coloque sua vida em risco ao procurar ajudar alguém. 

Somente ajude alguém se você estiver em segurança.

Procure aprender técnicas de bandagens e estancamento de ferimentos.

Outras atitudes que também são importantes:

Prevenção contra agressores em escolas é um tema urgente que requer atenção constante. Além do estabelecimento de um clima escolar saudável, políticas e protocolos de segurança, outras medidas são importantes:

Controle de acesso: é essencial que a escola tenha medidas para controlar o acesso de pessoas externas, como a instalação de câmeras de segurança, uso de cartões de acesso ou outras formas de garantir que apenas pessoas autorizadas tenham acesso.

Treinamento de funcionários: os funcionários devem ser treinados em procedimentos de segurança, identificação de sinais de alerta, como lidar com ameaças de violência e evacuação da escola em caso de emergência.

Colaboração com a comunidade: a escola deve trabalhar em conjunto com as autoridades locais, como a polícia e serviços de emergência, para garantir uma resposta eficaz em caso de emergência.

Cada escola deve avaliar seus próprios riscos e desenvolver um plano de segurança adequado às suas necessidades específicas. É importante lembrar que a informação pode salvar vidas, portanto, compartilhe essas medidas de segurança com o maior número de pessoas possível.

Referências:

(1) – https://www.bbc.com/portuguese/articles/ckryl4epnpeo

(2) – https://www.dir.ca.gov/chswc/sash/Publications/Active_Shooter_Fact_Sheet.pdf

(3) – https://www.sandyhookpromise.org/blog/gun-violence/know-the-signs-of-gun-violence/

Demais referências para o artigo:

https://www.saferwatchapp.com/blog/can-we-prevent-school-shootings-and-gun-violence-among-american-youth/

https://theconversation.com/3-ways-to-prevent-school-shootings-based-on-research-196548

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