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ARM SUL-AMERICANA

O que fazer se alguém disser que sofreu abuso

O que você faria se um ente querido, aluno, colega de trabalho, ou um colega de ministério confiasse em você o suficiente para dizer que sofreu abuso? Embora não haja uma fórmula certa ou uma resposta padrão, alguns princípios fundamentais podem fornecer uma direção em várias situações.

Quando alguém lhe conta sobre essa situação dolorosa e pessoal, está buscando em você um confidente confiável. Essa é uma confiança que pode ser bastante frágil, portanto, gentileza, empatia e transparência são necessárias para ajudar efetivamente a vítima de abuso. 

Ouça

Para começar, ouça a história sem julgar. Tudo bem fazer perguntas para esclarecer dúvidas, mas lembre-se, você não é responsável por averiguar a veracidade precisa com relação ao que houve.

Ao ouvir, tenha em mente de que vítimas traumatizadas podem se lembrar dos eventos de maneira desconexa. Em alguns casos, o medo afeta a habilidade do cérebro de armazenar as informações contextuais ou a sequência do momento relacionado ao ato do abuso. Para muitos, a memória de uma vítima de trauma pode ser turva. Isso pode levar a uma descrença ou a um grave julgamento, mas é importante não reagir dessa maneira. Entender que as vítimas de abuso podem lembrar-se dos traumas de maneira diferente em contraste ao que iriam lembrar sobre eventos não-traumáticos.

As expressões de preocupação pela segurança e apoio são apropriadas, mas o interrogatório não. É importante evitar perguntas como:

  • Mas você tem certeza?
  • O que aconteceu exatamente?
  • Quem foi o agressor?
  • Que roupa você estava usando?
  • O que você estava fazendo lá?

Ouça e demonstre cuidado e suave compaixão. No entanto, é melhor evitar dizer à vítima o que fazer. Em vez disso, faça perguntas sobre suas necessidades e qual caminho eles pensam ser o melhor a seguir.

Apoie

Se for apropriado, você pode providenciar orientações a recursos da comunidade, tais como prevenção ao abuso ou programas de assistência, abrigos ou serviços legais. Isso poderá incluir recursos para denunciar abusos, ajuda para encontrar um psiquiatra, ou um telefone de prevenção ao suicídio. Você deve estar disposto(a) e preparado(a) para permanecer na função de apoio enquanto a vítima dá o próximo passo. Esse é um momento assustador, e o seu apoio é inestimável.

Embora seja importante ouvir, também é essencial ter uma ideia da possibilidade do perigo iminente que a vítima possa estar enfrentando. Pesquise cuidadosamente se a violência ou o abuso se agravou recentemente, ou se o abusador fez ameaças que colocam a vida da vítima em perigo. Isso sem dúvida impactará nos próximos passos que a vítima precisa dar e afetará qualquer assistência que você possa oferecer, seja ela direta ou indireta.

Jamais confronte o abusador. Isso pode colocar a vítima em mais perigo, uma vez que o abusador pode ver a sua revelação como uma ameaça. Isso pode aumentar o nível do abuso ou da violência direcionado à vítima. Além de você inadvertidamente se colocar em perigo também.

Na maioria dos casos, é sensato ser transparente e dizer à vítima que, embora você vá manter a confidencialidade dela o tanto quanto possível, a lei pode impor em você o dever de denunciar o abuso às agências governamentais. Isso é em geral verdade quando a vítima é menor de idade ou membro de algum grupo vulnerável, como um idoso ou uma pessoa com deficiência intelectual.

Se a vítima for menor de idade

No caso de uma criança ou de um adolescente relatar o abuso, as mesmas técnicas de não-julgar ao ouvir devem ser aplicadas. Além disso, você precisará interagir fazendo perguntas apropriadas para a idade. A criança ou adolescente provavelmente estará assustada, então você precisa tranquilizá-la de que revelar o abuso era a coisa certa a se fazer. Esteja atento com o seu tom de voz e de quaisquer observações sobre o abusador, que poderá ser o parente da criança ou o membro de outra família. Nesses casos, a criança pode ter sentimentos mistos para com o abusador. Você precisará avaliar a segurança dela e estar preparado(a) para perguntar à criança ou ao adolescente sobre isso, bem como outras necessidades imediatas.

Em casos de abuso de menor ou de vulnerável, você provavelmente terá a obrigação legal de denunciar o abuso para o Departamento de Assistência Social ou ao Conselho Tutelar do seu estado ou município. Familiarize-se com as agências de denúncias locais e com os métodos de denúncias antes de você ser confrontado com a necessidade de denunciar. Se for necessária a denúncia, você deve informar a vítima que seu plano é apresentar uma queixa. Você pode continuar dando o suporte através de notificações e de outros processos relacionados com a aplicação da lei ou de outras agências do estado. Se você tiver, como exigido por lei, denunciado às autoridades, você também deverá informar sua Associação local. A Igreja Adventista tem muitos materiais sobre como lidar com o abuso, alguns podem ser encontrados em quebrandoosilencio.org.

A menos que você trabalhe frequentemente com vítimas de abuso, você provavelmente terá perguntas específicas complementares sobre a situação ou incidente. É fundamental desenvolver uma rede de profissionais que trabalhem com vítimas de abuso para que você possa ligar. Esses profissionais podem auxiliar no tratamento adequado de uma denúncia de abuso e ajudar a vítima evitando piorar o problema. 

Lembre-se, Deus nos chama para ajudar o desamparado. Comprometa-se poderosamente para estar envolvido(a), se e quando o momento chegar, e esteja pronto(a). Deus abençoará nossos esforços, mas Ele espera que estejamos preparados.

Texto com adaptações. Fonte: https://adventistrisk.org/en-us/safety-resources/solutions-newsletter/2020/september/nadeng-what-to-do-if-someone-tells-me-they-have-su  

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